Os Espíritos são os agentes inteligentes do universo, nos dizem os ensinos espíritas. Quem é este que chega trôpego, solicitando amor, amparo e apoio nas portas de nossos centros espíritas? Quem é este que chega faminto, sem teto, a míngua, cansado e sozinho à porta de nossos centros espíritas? Quem é aquela mulher que se traja de maneira tão simples, com filho no colo e olhar de esperança, sofrida pela violência em casa e que se aconchega no salão do centro espírita para ouvir a preleção da noite? São os filhos do calvário, os irmãos do caminho que em suas almas sentem o clarão e o facho da caridade que a suave expressão do amor toca nas feridas de seus sofrimentos e consola suas lágrimas.
Quanto consolo em tão singelos gestos de acolhimento sincero encontramos no centro espírita. Estes que chegam, porém, são mais que irmãos em necessidade, são Espíritos imortais. Buscam o aconchego de um lar na intimidade de nossas instituições na condição de irmãos socialmente carentes, mas necessitam bem mais que o pão; necessitam da verdade esclarecedora das lições imortais da Doutrina Espírita, transformando no coração e na inteligência a forma como enxergam a própria situação transitória na qual se encontram.
A promoção de que são necessitados passa pela ajuda material, avança no esclarecimento intelectual, acolhe-os na oportunidade do trabalho digno que possamos oferecer, mas, deve ir em profundidade na promoção do Espírito imortal que somos todos. Apresentar os valores da imortalidade, as virtudes do eterno, as leis imutáveis que regem a vida é preencher a vida de sentido e alegria de existir.
Os nossos irmãos em necessidade transitória nas faixas das dificuldades materiais são Espíritos que clamam, como todos em geral, as luzes das verdades espirituais. Refletir sobre essa realidade eleva-nos a observar de forma muito mais profunda a função do serviço de promoção social em nosso movimento espírita porque alcançamos o tempo da expansão mundial dos postulados nobres da imortalidade no mundo inteiro e a forma como agirmos nos centros espíritas do Brasil vai refletir nos centros de todos os continentes onde as necessidades se distinguem das de nossa pátria amada.
Aprofundemos nas bases do estudo realizado pelo Codificador Luz e observaremos que a promoção profunda na qual Allan Kardec nos concita é a de construir nos caracteres do Ser as luzes da felicidade real, além das dificuldades de uma reencarnação repleta de dores e necessidades.
A mais profunda forma de dignificar um irmão em jornada de reparação na Terra que chega às portas de nossas instituições. Qual deve ser, portanto, a profunda oferenda que liberta a todos das mais complexas necessidades? Dizemos sem hesitar: o autoamor. Quanto mais nos empenharmos em sentirmos em nós o autoamor e convidarmos os nossos irmãos a sentir o mesmo, menos pessoas carentes de todos os matizes veremos diante de nossos olhos, em sofrimento, perambulando pelas ruas ou na solidão dentro de casa.
O apóstolo Paulo em o Evangelho segundo o Espiritismo nos clama a tomar o sentido da caridade profunda como à virtude que se aprofunda em nossas vidas mais do que a própria fé em sua epístola imortal que ficou registrada aos coríntios de todos os séculos.
O apóstolo escolhe a exaltação da caridade porque ela é a base que promove o autoamor e nela nos fortalecemos para todas as demais virtudes, filhas do amor.
Os dias de assistência estritamente social estão sendo aclarados pela compreensão da promoção social, mas observemos que ainda não é todo o esforço que podemos ofertar. Este período da promoção social também será substituído pela compreensão da promoção integral do Espírito imortal na Terra e quando assim começarmos a agir, ouviremos a voz do Cristo em nossa intimidade dizendo: “bem aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus”
Ao Mato Grosso querido, muita paz.
Mario Barbosa.
(Mensagem do espírito Mário Barbosa, pela psicografia do médium Afro, em 09 de setembro de 2011.)











